Tuesday, September 29, 2009

Até aqui vimos como os movimentos políticos de matriz
neopentecostal reúnem os interesses privados e os apresentam como
interesses comunitários. A legitimidade dos líderes políticos surgidos
desses movimentos descansa na lógica própria da legitimidade da igreja.
É a proximidade com Deus, a comunicação direta com Ele, que permite
a um pastor, ou a um indicado seu que tenham a possibilidade de
representar toda a sua comunidade. Os mecanismos democráticos de
participação, eleição e representação estão completamente ausentes
dentro desses movimentos, e a má interpretação de tais mecanismos
chegou ao ponto de realizar consultas internas com um só candidato.
Essa consulta tem a finalidade de avaliar o potencial eleitoral, transformando
a idéia inicial desse mecanismo, que deveria permitir a democratização
da vida política dos partidos e movimentos políticos ao apresentar
ao cidadão várias opções eleitorais internas. Um exemplo claro
disso ocorreu com o Movimento Independente de Renovação Absoluta
(MIRA), que participou das consultas internas dos partidos
políticos, propondo aos seus eleitores o nome do vereador Carlos
Alberto Baena como pré-candidato único para a Prefeitura de Bogotá.
O cidadão fiel é, então, o centro de um problema político: sua
decisão política está mediada por sua fidelidade religiosa: como crente,
pode sentir-se no dever de apoiar a causa do seu pastor.

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